VALEU, CARLOS DE MONTENEGRO !
Essa é uma verdadeira música perdida, que desde os 12 anos mais ou menos eu procuro. A sua dica foi certeira, lá estava ela no Emule. Começo a suspeitar que não existem músicas perdidas, que é só uma questão de tempo pra elas aparecerem. Já achei umas coisas que eu julgava impossíveis no Emule, como "Que Fim Levaram Todas As Flores", do Secos & Molhados pós-Ney, ou a "Colcha De Retalhos" samba-rock do Marku Ribas.
Vou postar "Gabriel" aqui no blog pra ver se ela se eterniza... Obrigado ao Carlos (parceirão)

TECA CALAZANS (reportagem extraida de
http://vinil.festim.net/archives/2004_01.html)
Por muitos anos fiquei sem escutar Teca. Lembro-me que ela fazia parte de minha infância, em Fortaleza, sempre tocando na FM, numa época em que a gente podia escutar Teca & Ricardo no rádio. Não me cansava de ouvir aquela voz agrestina entoando os versos “Ele vinha da Guiné, Gabriel nasceu na África equatorial.....”. O rádio em geral ficou muito ruim. E não é de agora. Meu porto seguro era a FM Universitária, ligada à UFC. Ainda hoje sinto saudade da 107.9. Creio que ela ainda põe os vinis da dupla Teca & Ricardo para tocar. Em Brasília, consegui todos os vinis dela, que saíram pela Odeon, além de outros.
Apesar de já haver gravado anteriormente, o primeiro trabalho que a projetou de fato foi o LP POVO DAQUI (EMI-Odeon - 31C-064.422.865), lançado em 1980, trazendo a inesquecível Aguaceiro (Teca Calazans-Ricardo Vilas) (Mas que destino, meu Deus, mas que ironia, minha mãe, o ano inteiro eu pedi pra chuva vir....), com a sanfona de Sivuca. Destaco a participação do grupo Boca Livre, na faixa Velha Amizade (Ricardo Vilas). O disco fechava com Caicó, do Villa Lobos, adaptada por Teca e que seria gravada, no mesmo ano, por Milton Nascimento, no disco “Sentinela”, da Ariola.
Em 1981, lança, ainda em dupla com Ricardo Vilas, o ótimo EU NÃO SOU DOIS (EMI-Odeon, 31C-064.422.890-D), que trazia, além de Gabriel, cujos versos são esses que mencionei no início deste texto, a sensacional A Cidade de Jota e Gê, cujos versos lembram um cordel, contando o antagonismo de duas famílias, que se revezavam no poder, como tantas e que, felizmente, terminou com final feliz, com a união entre os Jota e Gê (... o prefeito Jota propôs a Gê, que era então seu vice, e ele concordou, acabar de vez com a guerra...). A capa do Elifas trazia uma laranja, cortada ao meio, porém unida no papelão, dando justo a idéia do título do LP, expressa nos versos da faixa título (Eu não sou dois, eu sou um só, o meu lugar não é lá nem cá, mas ainda tenho o meu baião pra você sambalançar....)”
O encarte, de um lado, mostrava a figura de Teca, linda, com aquela cabeleira, que ainda ostenta, mais de vinte anos depois. No verso, o Ricardo ainda com o frescor dos anos anteriores, da época em que integrava o Momento4uatro juntamente com Zé Rodrix, David Tygel e Maurício Maestro, cerca de 10 anos antes. O grupo de instrumentistas era um caso à parte: Luis Alves, Nelson Ângelo, Danilo Caymmi, Wagner Tiso, entre outros.
download da faixa "Gabriel"
(Teca Calazans & Ricardo Villas)
http://www.badongo.com/file/3344256